sábado, 24 de julho de 2010

Bem bom ler e compartilhar.


Limites
Somos as primeiras gerações de pais decididos a não repetir com os filhos, os erros de nossos progenitores e com o esforço de abolirmos os abusos do passado somos os pais mais dedicados e compreensivos mas, por outro lado...
Os mais bobos e inseguros que já houve na história.
O grave é que estamos lidando com crianças mais “espertas” do que nós, ousadas, e mais “poderosas” que nunca.
Parece que, em nossa tentativa de sermos os pais que queríamos ser, passamos de um extremo ao outro.
Assim, somos a primeira geração de pais que obedecem a seus filhos e a última geração de filhos que obedeceram a seus pais.
E os primeiros que tememos os filhos.
Últimos que tivemos medo dos pais.
E os primeiros que vivem sob o jugo dos filhos.
E, o que é pior os últimos que respeitamos nossos pais e os primeiros que aceitamos que nossos filhos nos faltem com o respeito.
À medida que o permissível substituiu o autoritarismo, os termos das relações familiares mudaram de forma radical para o bem e para o mal.
Com efeito, antes se considerava um bom pai, aquele cujos filhos se comportavam bem, obedeciam a suas ordens, e os tratavam com o devido respeito
E bons filhos, as crianças que eram formais, e veneravam seus pais, mas na medida em que as fronteiras hierárquicas entre nós e nossos filhos foram se desvanecendo hoje, os bons pais são aqueles que conseguem que seus filhos os amem, ainda que pouco os respeitem.
E são os filhos, quem agora, esperam respeito de seus pais, pretendendo de tal maneira que respeitem suas idéias, seus gostos, suas preferências e sua forma de agir e viver.
E que, além disso, que patrocinem no que necessitarem para tal fim.
Isto explica o esforço que fazem tantos pais e mães para serem os melhores amigos e “darem tudo” a seus filhos.
Dizem que os extremos se atraem.
Se o autoritarismo do passado encheu os filhos de medo de seus pais a debilidade do presente os preenche de medo e menosprezo aos nos verem tão débeis e perdidos como eles.
Os filhos precisam perceber que durante a infância, estamos à frente de suas vidas, como líderes capazes de sujeitá-los quando não os podemos conter e de guiá-los, enquanto não sabem para onde vão.
É assim que evitaremos que as novas gerações se afoguem no descontrole e tédio no qual está afundando uma sociedade que parece ir à deriva, sem parâmetros nem destino.
Se o autoritarismo suplanta, o permissível sufoca.
Apenas uma atitude firme, respeitosa, lhes permitirá confiar em nossa idoneidade para governar suas vidas enquanto forem menores, porque vamos à frente liderando-os e não atrás, carregando-os e rendidos às suas vontades.
Os limites abrigam o indivíduo com amor ilimitado e profundo respeito

Texto
Mônica Monastério
( Madrid-Espanha ).